“O setor bancário já não se define por uma agência, mas sim pela experiência do cliente. A inteligência artificial vai libertá-lo de seus limites tradicionais”, disse Julian Colombo, CEO da N5.
N5 se define como a fábrica de software criada para a indústria financeira, disponível para todos. E oferece aos seus clientes toda a experiência, segurança de dados, processamento de big data em tempo real e a gestão multicanal do negócio financeiro.
Conversamos com Julian Colombo, CEO da N5, em sua passagem pela Argentina, já que ele mora no Brasil e de lá comanda a empresa.
Perguntamos a ele sobre o emprego e o impacto da IA:
JC: Não acredito que a IA vá eliminar empregos. O que vai desaparecer são tarefas, e isso vai liberar o verdadeiro potencial humano. Sobre o futuro do trabalho na indústria, os novos profissionais financeiros serão “supervisores de inteligências artificiais”. Pessoas que compreendam tanto o cliente quanto o algoritmo.
Na N5 vemos todos os dias como nossas equipes fazem mais, melhor e mais rápido graças às ferramentas inteligentes. Hoje a empresa conta com 323 colaboradores que atendem nossos clientes. A Argentina é um dos principais países do ponto de vista de talento. Há muitos argentinos que não vivem no país, que estão na Espanha, Venezuela, Brasil como eu, que sou argentino mas moro em São Paulo.
Como as ferramentas de IA da N5 colaboram com o setor financeiro?
A N5 é uma fintech de origem argentina com presença global, que desenvolve soluções de inteligência artificial (IA). “Os humanos são vistos como comandantes de inteligências artificiais. Assim, o papel que enxergamos para muitas pessoas que hoje estão em contato com clientes no setor bancário é o de supervisionar inteligências artificiais autônomas, que vão estar fazendo esse trabalho — e que serão indistinguíveis das pessoas. Hoje ainda não são, para deixar claro, mas estamos trabalhando nisso. Estamos avançando em paralelo e vamos nos encontrar: é o avanço napoleônico de cinco colunas — temos que chegar juntos à batalha, no mesmo dia e na mesma hora, mas por caminhos diferentes, para garantir posicionamento e velocidade nos processos.”
Desenvolvemos o Alfred (assistente de produtividade), o PEP treina equipes financeiras simulando conversas reais com clientes, inclusive com emoções ou reclamações específicas. Aprende-se em horas o que antes levava semanas. É um coach virtual que replica o que os melhores fazem. E, por fim, Singular (motor de análise de dados em tempo real), todas projetadas para resolver os desafios atuais de bancos e seguradoras: desde o atendimento ao cliente até a gestão multicanal ou o cumprimento regulatório.
O setor bancário já não se define por uma agência, mas sim pela experiência do cliente. E isso hoje só é possível com inteligência artificial integrada de forma real e útil — não com promessas futuristas.
Em um ambiente onde a IA avança em velocidade vertiginosa, o setor financeiro enfrenta um de seus maiores desafios — e oportunidades — das últimas décadas.
Vocês pretendem comprar empresas na Argentina ou seguirão o modelo de parcerias, como fizeram em outros mercados?
JC: Esta empresa desenvolve software para bancos porque é disso que eu entendo. Eu construí um conhecimento muito específico, difícil de alcançar, ao longo de 30 anos. Então, no fundo, a ideia de que eu vou comprar uma empresa e fazer ela funcionar melhor, é antinatural para mim. Em vez de crescer por meio de aquisições, a N5 apostou em um modelo de alianças estratégicas com grandes implementadores como EY e Capgemini. “Não acredito na ideia de comprar empresas porque ‘somos melhores’. Acredito em somar capacidades sem fricção. Isso nos deu velocidade, foco e escalabilidade.”
Além disso, Colombo adiantou que estão fechando com uma empresa na Argentina como parceira local.
O que está mudando no setor financeiro com a inteligência artificial?
O modelo da N5, afirma ele, se baseia em replicar a precisão, velocidade e escalabilidade da tecnologia sem perder o profundo conhecimento do negócio. E conclui com uma frase que sintetiza sua visão: “A IA não vai substituir os bancos, vai libertá-los de seus limites tradicionais.”
A transformação é total. A IA permite que o setor bancário deixe de ser um prédio físico e se torne uma experiência fluida, preditiva e personalizada. Hoje é possível antecipar necessidades, responder em tempo real, criar novos produtos e serviços e automatizar processos sem perder qualidade.
Nota publicada em Inversor Latam
