Hoje na N5 CIZ, Julian Colombo conversa com Patricio Santelices, Gerente Geral da Transbank, empresa chilena que presta serviços de aquisição, operação e processamento de transações de pagamento por meio de múltiplos meios.
Como o contexto social impacta em um nível pessoal? O que você aprende depois de estar imerso na cultura de outros países? Qual é o caminho para o qual a atual indústria financeira está trilhando?
Aqui estão os principais pontos da entrevista e as lições mais valiosas que aprendemos. Mesmo assim, recomendamos que você assista ao vídeo completo para desfrutar de uma palestra que fará você ver o valor de fazer as coisas de forma diferente.
Os Primórdios de Patricio
A história de Patricio começa em sua juventude, após a morte de sua mãe ter levado ele e seus irmãos a prosseguir seus próprios projetos. Algum tempo depois, sua aventura o levaria a acabar optando pela psicologia, para a qual ele considera que ele tinha uma inclinação natural.
Esses foram os tempos da ditadura no Chile, então houve muita agitação política. Ele tinha uma vida política universitária muito forte que o levou a questionar as coisas ao seu redor. Sem ir mais longe, ele conta como uma pessoa próxima à família acabou sendo uma espiã para o governo militar.
Patricio acredita que a diversidade que experimentou o levou a ter uma inclinação para “fazer coisas diferentes”, para buscar soluções alternativas aos conhecidos. É por isso que ele não se permitiu ser furado pelo seu título, e continuou a explorar novos horizontes.
Mais tarde, graças à sua faceta de recursos humanos, ele acabou trabalhando para um banco na área de seleção de pessoal, e esse foi seu primeiro passo para a vida que ele tem hoje.
A experiência de viver em outros países
Quando Julian pergunta a Patrick sobre o que ele aprendeu vivendo no exterior, sendo “o incomum”, ele responde colocando uma ênfase na cultura.
Para Patricio, independentemente das condições, a primeira coisa que você aprende é que as coisas que foram adquiridas a nível cultural no próprio país não são mais tão válidas quanto antes. É necessário “reaprender” eles.
Por exemplo, quando ele tinha acabado de chegar ao Brasil, descobriu que as pessoas começaram a trabalhar desde muito jovens, o que contradizia totalmente o que ele considerava “normal” antes.
No passado, vimos a importância da cultura e como cercar-se das pessoas certas pode levá-lo a conclusões novas e interessantes. Neste caso, levou-o a ver o mundo de uma maneira diferente.
Desafios Como Empreendedor
Patricio considera que seus erros não foram tanto em sua vida corporativa como em suas tentativas de empreender.
Ele conta como em três ocasiões diferentes ele tentou se lançar no empreendedorismo, e todos os três falharam. Apesar de suas tentativas, ele considera que não conseguiu tomar boas decisões quando se trata de empreendedorismo.
Patricio conta como estava prestes a abrir uma corrente com seu amigo Demian Maia, um famoso lutador do UFC especializado em jiujitsu. Aquele empreendimento era algo que ele considerava um bom negócio. No entanto, assim como o negócio estava começando a ganhar força, a pandemia bateu e arruinou seus planos.
Para isso, Julian comenta que 70% dos empreendimentos não chegam ao primeiro ano, e que Patricio simplesmente teve a má sorte de que seus três primeiros projetos estavam dentro dessa estatística. Mas é disso que se trata o aprendizado: continuar tentando.
Como tivemos a oportunidade de ver em outras entrevistas, às vezes é necessário correr riscos se o que você quer é aspirar a grandes coisas.
Para onde a indústria financeira está indo
Patricio considera que a indústria de pagamentos é uma das mudanças mais vertiginosas. É uma indústria onde as fronteiras entre bancos, comércio e tecnologia também estão cada vez mais turvas.
Não é mais “uma máquina que está instalada”. É algo que é incorporado às organizações e que deve funcionar de forma integral.
Por exemplo, agora uma empresa pode saber se um cliente é recorrente ou não de um determinado lugar. Essa informação assume valor, e abre as portas para muitas oportunidades no setor — para novas formas de entender o comportamento do usuário e, possivelmente, até novas formas de personalizar a experiência.
Mudanças como o Open Banking estão abrindo um novo horizonte de possibilidades para aqueles que estão dispostos a correr riscos.
Todas as empresas que trabalham nesse tipo de negócio devem levar em conta a maior diversidade que existe hoje. Eles devem começar a saber mais sobre algo que antes era considerado uma “mercadoria”, mas isso não é mais assim.
Conclusões
A história de Patricio desafia a convenção. Desde seu início até seu tempo para se tornar Gerente Geral da Transbank, ele veio longe graças à sua originalidade e consistência.
Aqui estão alguns dos pontos fortes da entrevista:
- Todos nós podemos aprender com nossa história e construir sobre ela para descobrir quais são nossas forças.
- A exposição à diversidade cultural não é apenas um detalhe: é um fator que pode mudar completamente sua percepção.
- Quando você escolhe empreender, você aceita riscos. Às vezes esses riscos se tornam reais, mas isso não significa que você tem que parar de tentar.
- A indústria financeira está passando por enormes mudanças, para as quais é necessário estar preparado
- A diversidade de hoje é inédita, e oferece toneladas de novas oportunidades para aqueles que podem reconhecê-las.