Criptomoedas: tecnologia com mais de 100 milhões de usuários

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As criptomoedas são o futuro?

Desde que a tecnologia blockchain chegou, ela não fez nada além de revolucionar a internet. A criação do Bitcoin pode ser um dos maiores eventos financeiros dos últimos anos. Nesta edição do N5 Insights, analisaremos o futuro das criptomoedas.

O que acontecerá com a criptografia? Quais são os países especialmente interessados ??neles? Como o papel dos bancos mudará para sempre?

Cada vez mais massivo

Estima-se que existam atualmente pouco mais de 100 milhões de usuários de criptomoedas em todo o mundo – quase toda a população do Japão em números e 5 vezes a população total do Chile.

O número de usuários dessas moedas tem crescido constantemente nos últimos anos e tudo indica que continuará a crescer no futuro. Basta dar uma olhada no seguinte gráfic

Em 2018, havia apenas cerca de 35 milhões de usuários de criptomoedas em todo o mundo.

Em janeiro de 2021, apenas três anos depois, esse número já havia triplicado. Logicamente, as empresas estão respondendo a isso, criando opções de pagamento para facilitar as transações de criptomoedas. Um caso disso é o do Mercado Libre, que possibilitou uma seção em sua plataforma para a compra de imóveis com criptomoedas.

Empresas como o eBay também estão começando a planejar métodos de pagamento por meio de criptografia.

Atraente para países com baixa estabilidade econômica

A moeda fiduciária dos países é respaldada exclusivamente pelo estado emissor. O que significa isto? Que quanto menor a confiança nesse estado, maior a instabilidade econômica e maior a volatilidade da moeda, mais habitantes serão os que depositarão sua confiança em ativos criptográficos.

Em outras palavras, quanto pior a economia, mais pessoas recorrerão à criptografia como meio de economizar.

Como exemplo disso, vamos ver o seguinte gráfico:

 

O que podemos ver é que em um país como a Nigéria, com dificuldades econômicas e pouca confiança nos investimentos tradicionais, lidera a lista com maior utilização de criptomoedas.

Em nossa região, temos casos como a Argentina e a Venezuela, nos quais as desvalorizações se tornaram frequentes e as criptomoedas cresceram enormemente em popularidade.

Cresce o interesse na criação de moedas digitais no Banco Central

Um dos casos mais óbvios de adoção de criptomoeda em nível nacional é o de El Salvador, que se tornou o primeiro país a decretar o Bitcoin como moeda legal. No entanto, na maioria dos países, ocorre outro tipo de interesse.

Podemos ver um interesse crescente dos estados em emitir sua própria moeda digital regulamentada pelo banco central.

Vejamos apenas o gráfico a seguir, que mostra o estado dos processos estaduais de emissão de moeda digital em todo o mundo:

Desde 2017, o interesse dos estados pelas moedas digitais cresceu significativamente. Hoje, como você pode ver, um grande número de países está estudando a possibilidade de emitir seus próprios ativos criptográficos.

Na Europa também podemos ver uma mudança no discurso dos bancos centrais, que passou de ter uma opinião negativa sobre as criptomoedas para passar a considerá-la uma opção viável.

Os bancos podem mudar para sempre

Opiniões já foram ouvidas sobre as ameaças que as criptomoedas podem representar para os bancos. Porém, o mais seguro é que tudo depende da adaptabilidade dos bancos – como acontece com outras mudanças digitais como o Open Banking.

Na verdade, os bancos podem alavancar sua influência para se tornarem importantes consultores de criptomoedas para os clientes e também podem se associar a plataformas de pagamento que lidam com criptografia.

E não vamos esquecer o mais óbvio: a possibilidade de trabalhar sob custódia de criptomoedas. Afinal, a segurança é uma das maiores preocupações dos usuários de criptografia.

Portanto, mais do que uma ameaça, estamos diante de uma oportunidade. Os bancos que souberem se adaptar e implementar novos serviços para usuários de cripto-ativos podem ter uma vantagem inédita no setor.

Volatilidade e Consumo de Energia: Dois Grandes Desafios

Não é segredo que um dos maiores temores do público em relação às criptomoedas é sua alta volatilidade. Você só precisa ver o comportamento do Bitcoin:

A criptomoeda mais importante – que também carrega o peso de todo o mercado sobre os ombros – passou de uma de suas avaliações mais altas em abril para despencar em maio.

Como esperado, todo o mercado de ativos criptográficos a acompanhou.

O que causou essa mudança? Bem, uma das possibilidades é que Elon Musk, fundador da Tesla, tenha recusado a possibilidade de comprar carros com essa moeda. Seguiu-se também o governo chinês, que rejeitou também a possibilidade de utilização desta moeda.

Outro grande obstáculo às criptomoedas, além de sua alta volatilidade, é o consumo de energia. Esses ativos só podem existir graças ao blockchain, um processo que requer muitas estadas de validação, o que implica um alto consumo de energia elétrica.

Vamos apenas dar uma olhada no gráfico a seguir, que mostra a quantidade de energia que o Bitcoin consome em relação a países inteiros.

O Bitcoin já tem um consumo de energia superior ao de países como Noruega, Chile ou Suíça. Mais abaixo no mapa, também podemos ver algumas Big Tech como Google ou Facebook, que consomem muito menos energia, apesar de sua enorme influência.

Isso não tem apenas implicações econômicas, mas também a opinião pública.

O mundo está cada vez mais se voltando para a energia renovável e, se as criptomoedas deixarem de ser sustentáveis, elas podem encontrar uma grande rejeição por parte do público.

A isso se soma o grande questionamento sobre quem vai financiar essa maior demanda de energia que a mineração de cripto-ativos implica.

Conclusões

Como vimos nesta edição do N5 Insights, as criptomoedas estão ganhando cada vez mais espaço, com mais pessoas ao redor do mundo investindo nelas a cada ano. Estes são os principais pontos a serem considerados:

  • As criptomoedas estão ganhando terreno aos trancos e barrancos. O mercado só cresceu nos últimos anos.
  • Esses ativos são especialmente populares em países com baixa estabilidade econômica.
  • Os bancos centrais de todo o mundo estão começando a considerar a ideia de lançar seus próprios ativos criptográficos.
  • O papel dos bancos pode mudar radicalmente se as criptomoedas se tornarem realmente enormes.
  • A volatilidade e o consumo de energia são os dois principais inimigos da revolução da criptografia

Editorial: Marcelo Frette

 

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