Dinheiro Virtual e Bancarização na América Latina por Julian Colombo
Em conversa com o FM Milenium, Julian falou sobre a verdade por trás das carteiras digitais, o nível do setor bancário na América Latina e o novo papel dos bancos em um ecossistema repleto de Fintechs.
Por que carteiras virtuais e bancos perdem dinheiro?
Em todo o mundo, os bancos obtêm lucros graças às pequenas comissões cobradas por movimentos, depósitos e mais serviços. Essa pequena renda, multiplicada por um grande número de clientes, é o que acaba sustentando a empresa.
As carteiras virtuais, por outro lado, são baseadas em um modelo de negócios em que não cobram essas taxas. Isso, logicamente, acaba sendo insustentável na grande maioria dos casos.
Atualmente existem entre 34 e 38 carteiras virtuais na Argentina, o que também está relacionado à baixa penetração bancária do país.
No entanto, como comenta Julian, podemos esperar um processo de consolidação nos próximos anos. Isso reduziria consideravelmente o número de carteiras virtuais disponíveis em nosso país.
Baixa penetração bancária na Argentina
A Argentina, como no resto da América Latina, tem uma penetração bancária historicamente baixa na região. Muitas pessoas preferem não usar bancos, o que implica movimentar dinheiro para suas atividades diárias.
Com a chegada do Covid-19, no entanto, vimos um movimento sem precedentes em direção aos bancos virtuais. Fazer compras e transferências tornou-se mais importante do que nunca, e essas novas carteiras digitais estão aqui para tornar as coisas fáceis e gratuitas.
Tudo isso levou a um crescimento sem precedentes no mundo das fintechs, o que por si só trouxe mudanças também para os bancos.
Os bancos estão se adaptando às novas tecnologias?
Como Julian comenta na entrevista, os bancos se adaptaram a essas novas tendências. Hoje 93% dos bancos possuem conta digital gratuita, por exemplo. Da mesma forma, a comunicação mudou, tornando-se mais descontraída e adaptada à natureza informal da Argentina.
No entanto, os bancos geralmente estão focados na geração de renda, enquanto as fintechs tendem a apostar no futuro e, portanto, não se importam em perder dinheiro no médio prazo.
Em geral, as barreiras de entrada e saída das fintechs são muito baixas. As pessoas se tornam clientes sem problemas, mas às vezes o fácil vem fácil.
O que o N5 faz?
A N5 desenvolve software para bancos, seguradoras e cartões de crédito. Nosso objetivo é oferecer um sistema de gerenciamento de dados e melhoria de processos que seja poderoso e flexível para implementar.