Empresários argentinos “rebeldes”
O curioso modelo de negócios da N5, fábrica de software que desenvolve tecnologia para entidades financeiras, fintech e seguradoras, atraiu investidores e empresas de tecnologia, mas os fundadores rejeitaram suas ofertas. Quem são os sete argentinos por trás da empresa e por que se recusam a receber rodadas de investimento?
Em 2017, um grupo de sete argentinos viajou para os Estados Unidos e fundou sua própria empresa. Hoje, eles se recusam a vendê-lo “a todo custo”.
Esta é a N5, uma startup que desenvolve software para empresas de tecnologia financeira, bancos e seguradoras. Entre seus clientes, embora não revelem nomes, estão bancos públicos argentinos, empresas suíças e meios de pagamento do Oriente Médio.
Nos últimos dois anos, recebeu um total de 20 propostas de investimento, mas seu CEO, o argentino Julián Colombo, rejeitou todas. A empresa recebeu ligações de grandes empresas de tecnologia e fundos de investimento dos Estados Unidos, mas nenhuma oferta foi boa o suficiente.
De acordo com a empresa, isso não significa que eles não estejam interessados, mas sim que procuram “um investidor que acompanhe o planejamento estratégico da empresa e ajude a cumprir seus objetivos de longo prazo”.
“Nosso modelo é estruturalmente diferente dos nossos concorrentes. A maioria das soluções de software para empresas nasce com a ambição de ser universal, atendendo a todos os setores. Não focamos apenas no setor financeiro, mas também entendemos sua regulamentação, seus sistemas legados, sua interoperabilidade e os fundamentos do seu negócio“, explica Colombo.
Por outro lado, o modelo de negócios da empresa busca ser 100% financiado por seus clientes e os empresários decidiram reinvestir todos os seus lucros.
De acordo com dados da N5, eles estão crescendo aos trancos e barrancos: desde a sua fundação, eles cresceram 500% ao ano e, segundo fontes da empresa, é graças ao fato de fintechs, bancos e seguradoras confiarem em seus desenvolvimentos.
“O setor financeiro está cansado de grandes projetos tecnológicos, com atrasos crônicos, despesas descontroladas e sem impacto evidente nas variáveis ??reais do negócio”, diz María Bellati, Gerente de Operações. “Foi isso que nos deu a oportunidade no mercado. O boca a boca na indústria fez o resto”, acrescenta.
Atualmente, estão presentes em quatro países e possuem escritórios em Miami, Madri, São Paulo e Buenos Aires.
No médio prazo, seu plano é desenvolver novas verticais para sua plataforma Open Baking e Open Insurance. Em termos simples, o Open Banking é considerado a prática de compartilhar informações financeiras de forma digital, segura e com a aprovação dos próprios clientes.
Essas informações são compartilhadas por meio de APIs (Application Programming Interface). O open banking tem sido uma tendência no mercado financeiro global há vários anos e também atingiu o setor de seguros.
“A N5 está focada no sucesso de seus clientes em sua transformação digital. Todos os outros objetivos são secundários. Não reduziremos nossa qualidade, nossa velocidade ou nossa profundidade para atingir qualquer meta financeira própria. Nosso único compromisso é construir E o fato de sermos rentáveis, de nunca termos perdido um cliente e de todos eles virem por recomendação é uma indicação de que estamos no caminho certo”, conclui Colombo.
Editorial: Infotechnology