A China tem o maior mercado Fintech do mundo

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China: o gigante Fintech

Você sabia que o mercado de fintech na China é enorme? O país é uma das maiores economias do mundo, mas historicamente não tem sido um bom lugar para bancos. Pelo contrário: grande parte de sua população nem usa cartão de crédito.

Então, por que a China está se esforçando tanto no mercado de fintech? Qual é a previsão para o futuro? O país se tornará uma sociedade sem dinheiro? Descubra nesta edição da N5 Insights.

China tem o maior mercado de fintech do mundo

O mercado chinês é um dos maiores e mais influentes do mundo e, quando se trata de fintechs, não fica atrás. O país atualmente tem um número abismal de empresas de serviços financeiros digitais operando – uma situação muito diferente da dos Estados Unidos.

Mas quão grande é a superioridade fintech da China? Bem, basta dar uma olhada no gráfico a seguir que compara a porcentagem de uso dos 4 principais serviços oferecidos por empresas de tecnologia financeira: pagamentos online, gestão financeira, financiamento e seguros.

Como você pode ver, a China supera de longe os outros países em todas as quatro categorias.

Além disso, a China tem atualmente até 18 fintechs de unicórnios – ou seja, avaliadas em mais de um bilhão de dólares.

Entre essas empresas está a Alipay, que é simplesmente a maior fintech do mundo e está avaliada em duzentos bilhões de dólares.

Rigidez Bancária Chinesa Acelerou o Crescimento Fintech

Como podemos ver acontecendo na América do Sul, na China a rigidez bancária abriu o campo para o crescimento das empresas de fintech. Este é um país onde os cartões de crédito raramente são usados ??- tudo é feito em dinheiro.

Historicamente, grande parte da população chinesa foi marginalizada no que diz respeito ao acesso a serviços bancários. Sem ir mais longe, entre 2012 e 2014 apenas 10% dos chineses tiveram acesso ao crédito no setor financeiro. No caso das PMEs, esse percentual era próximo a 25%.

Esse público sem banco é aquele que as fintechs chinesas têm como alvo. Somente nos últimos anos o setor de pagamentos móveis cresceu enormemente no país, chegando a 16% do PIB nacional. Compare isso com o caso de outros países como os Estados Unidos, onde esse setor mal representa 1% do PIB.

Vamos dar uma olhada no crescimento das duas maiores empresas financeiras digitais chinesas: Alipay e WeChat Pay.

Como mostra o gráfico, nos últimos anos essas empresas tiveram um crescimento tremendo, de algumas centenas de milhões a bilhões de usuários.

Atualmente, 92% da população chinesa usa Alipay ou WeChat Pay como principal método de pagamento.

A China está se tornando uma sociedade sem dinheiro

 

O setor de pagamentos móveis cresceu rapidamente na China, minimizando cada vez mais o dinheiro. É por isso que o país está a caminho de se tornar a primeira potência sem dinheiro.

O gráfico abaixo mostra apenas como o uso de dinheiro caiu em vários países.


Como você pode ver, a China é um dos países que mais desperdiça dinheiro. Ele passou de 86% de uso em 2010 para apenas 41% em 2020. É uma queda de 56% em apenas 10 anos!

Fabricado na China, para a China

O setor de fintech na China possui uma série de peculiaridades que o tornam um ambiente único ao qual o país soube se adaptar.

Em primeiro lugar, a China tinha uma situação particular com relação aos cartões de crédito. Como já mencionamos, eles foram reservados para apenas uma pequena porcentagem da população. Até marcas como Visa ou MasterCard eram restritas no país até recentemente. Graças a isso, as financeiras digitais chinesas não têm grandes concorrentes e é mais fácil para elas entrarem no mercado.

No gráfico a seguir, que mostra a taxa de penetração dos cartões de crédito em diferentes países, podemos ver o quão baixo está a China na escala.

Além disso, as empresas de tecnologia financeira são abrangentes. Isso significa que eles oferecem pagamentos e créditos, comércio eletrônico, seguros e até gestão financeira. Isso permite que eles controlem todo o setor financeiro.

Como se não bastasse, o mercado chinês é local, onde a grande maioria das empresas não tem planos de expansão internacional. Além disso, o governo chinês tem se encarregado de manter essas empresas satisfeitas desde o início, oferecendo-lhes baixa regulamentação e até mesmo auxílio financeiro.

Aumento de regulamentos

 

Recentemente, o governo chinês deixou gradualmente para trás seu comportamento permissivo em relação às empresas de fintech, substituindo-o por mais regulamentações que poderiam desacelerar o crescimento dessas empresas.

Essas regulamentações devem-se a uma série de riscos identificados pelo governo.

O primeiro desses riscos é a segurança cibernética, que se resolve com medidas mais eficientes de proteção às pessoas – afinal, 90% das transações bancárias são feitas online. Isso também anda de mãos dadas com o risco do gerenciamento de dados do usuário, que até agora era altamente desregulamentado.

Além disso, o governo quer estabelecer que as fintech financiem pelo menos 30% dos créditos que arrecadam.

Por fim, há o medo dos monopólios, o que tem levado o governo chinês a tomar medidas para evitar uma situação de concorrência desigual. Por exemplo, eles pararam o IPO da Alipay.

Conclusões

Como vimos, as empresas de fintech na China desfrutaram de um crescimento ilimitado, o que lhes permitiu monopolizar o mercado de pagamentos e levar o país a um futuro sem dinheiro. Estes são os principais pontos a serem lembrados:

  • A China tem o maior mercado de fintech do mundo, muito acima do resto dos países.
  • A rigidez bancária e a incapacidade do povo chinês de abrir um campo de fogo para as empresas de finanças digitais.
  • A China usa 56% menos dinheiro do que há apenas dez anos. O futuro não tem dinheiro.
  • Vários fatores, como baixa concorrência e cooperação governamental, criaram o ambiente perfeito para o crescimento acelerado das fintech na China.
  • As regulamentações estão se aproximando, o que pode acabar retardando o crescimento dessas empresas.

Editorial: Marcelo Frette

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