5 Chaves para compreender a penetração das grandes tecnologias nas finanças
Há poucos anos, o Yahoo dominava o e-mail, os blogs eram território do Blogger e o YouTube era uma empresa independente. O que essas indústrias milionárias têm em comum? Todos foram absorvidos pela BigTech.
As grandes empresas de tecnologia estão fazendo grandes avanços. Eles primeiro conquistaram o mundo online, mas agora sua enorme influência lhes permite ir mais longe. A próxima fronteira? O mundo financeiro, que até recentemente era território exclusivo dos bancos.
Nesta postagem, apresentamos cinco chaves para entender a penetração da Big Tech no ambiente financeiro.
As grandes tecnologias já estão estabelecendo alianças milionárias
Os gigantes da tecnologia já controlam grande parte da vida social das pessoas. No entanto, ultimamente os vemos se aventurando em outras indústrias, como finanças.
Mas quanto o Google, Apple, Amazon e outras grandes tecnologias poderiam ter a ver com o mundo financeiro? Como o gráfico a seguir demonstra, cada vez mais.
Como você pode ver, todas as maiores plataformas oferecem pagamentos e / ou outros tipos de serviços financeiros, como banco on-line, provisão de crédito, seguro, etc. Hoje, as atividades financeiras respondem por 11% do lucro dessas empresas de tecnologia.
Mas o mais interessante não é o que eles estão fazendo, mas seus planos futuros de absorver uma porção ainda maior do sistema financeiro. Sem ir mais longe, algumas dessas Big Tech já estão estabelecendo alianças com alguns dos bancos mais importantes do mundo. Entre eles estão JP Morgan Chase, Goldman Sachs, Bank of America e Citigroup.
É claro que as grandes empresas de tecnologia estão de olho no mundo financeiro há algum tempo. Porém, há relativamente pouco tempo começaram a se aventurar mais, cientes do potencial do setor.
As pessoas os consideram mais atraentes do que os bancos
Os gigantes da tecnologia não terão o apoio de grandes instituições governamentais, mas têm algo mais importante: a confiança das pessoas – e no mundo das finanças, a confiança é tudo.
Sem ir mais longe, observe o gráfico a seguir que mostra a quantidade de pessoas que confiam em pelo menos uma empresa de tecnologia mais do que bancos, segmentado por país.
Mas não é apenas uma questão de confiança. Big Techs também são vistas como uma solução mais conveniente para bancos tradicionais. As pessoas os consideram mais acessíveis, rápidos e amigáveis.
O que significa isto? Que agora, mais do que nunca, os bancos precisam se concentrar na conveniência online de seus usuários. Garantir que eles tenham plataformas e aplicativos que não criem atrito com os usuários é vital, assim como fazer uso de tecnologias Open Banking para agilizar o processamento de dados.
A Big Tech já tem a infraestrutura para penetrar facilmente no mundo das finanças
Você tem um celular? Então você também faz parte da infraestrutura da Big Tech. Grandes empresas de tecnologia têm seu e-mail, seus dados de navegação e acesso 24 horas nos sete dias da semana. Mesmo quando você o coloca no modo avião!
É essa arquitetura que dá aos gigantes da tecnologia uma grande vantagem competitiva. Se o Google quisesse, em qualquer dia você poderia acordar e ter instalado um aplicativo chamado Google Banking. Essas empresas não precisam de distribuição. Eles não precisam gastar milhões em campanhas.
Só por ter o produto, você pode colocá-lo em dispositivos em todo o mundo com extrema facilidade.
A Big Tech são as empresas com maior alcance no mundo. O Facebook tem 2,7 bilhões de usuários, o Google mais de 2 bilhões. Vamos comparar isso ao alcance de alguns dos maiores bancos do mundo.
O maior banco do mundo tem 840 milhões de clientes, o que não é metade das pessoas que essas grandes empresas de tecnologia podem alcançar.
Como você pode ver, mesmo esses grandes bancos não conseguem lidar com o alcance massivo de uma única empresa como o Google ou o Facebook. Acrescente a isso o fato de que essas empresas de tecnologia têm múltiplas fontes de receita que lhes permitem financiar incursões em novos mercados, e você verá por que sua posição é tão boa.
Big Techs Control Big Data
Como se tudo isso não bastasse, outra vantagem da Big Tech é seu controle sobre os dados – todos os dados. O termo Big Data não teria peso se não fosse por grandes empresas de tecnologia. Eles não apenas têm os dados de praticamente todos os seus usuários globalmente: eles os controlam. Eles os analisam com algoritmos complexos e aprendizado de máquina.
Com a tecnologia preditiva, a Big Tech pode até saber se uma pessoa está grávida mesmo sem fazer nenhuma pesquisa relacionada, apenas pelos hábitos de compra. Imagine a vantagem que esse enorme poder sobre o Big Data lhes dá quando se trata de se aventurar ainda mais no mundo financeiro. Nada impede o Facebook de oferecer créditos a um usuário, se necessário, ou apólices de seguro, ou todos os tipos de produtos personalizados.
No mundo online, controlar e processar bancos de dados com CRMs e interagir com as pessoas de forma personalizada é mais importante do que nunca.
As grandes tecnologias são complicadas do normal
Os governos vêm tentando regulamentar a Big Tech há anos, mas seu avanço gigantesco em tecnologia e influência torna quase impossível ter uma lei que equilibre o campo de jogo.
Primeiro, essas empresas estão em todos os lugares, o que torna difícil regulá-las por jurisdição. As gigantescas empresas de tecnologia sempre terão opções. Sempre terão meios de exercer pressão ou aproveitar para não serem constrangidos por um pedaço de terra.
Soma-se a isso o fato de as economias emergentes não possuírem recursos nem capacidade para lidar com a sofisticação dessas grandes empresas. Isso os deixa em uma situação desvantajosa, da qual ficam vulneráveis à influência da Big Tech.
Além disso, essas grandes empresas têm tantos aspectos e serviços que qualquer regulamentação que fosse feita deveria levar em consideração cada uma de suas variantes (gestão de dados, finanças, etc.).
Conclusões
Como você pode ver, as Big Techs têm tudo de que precisam para pisar no setor financeiro. Estes são os principais pontos a serem lembrados:
- As grandes Big Techs já oferecem um ou mais serviços financeiros e suas alianças recentes sugerem uma maior ênfase na indústria no futuro.
- As pessoas confiam mais na Big Tech do que nos bancos.
- Os gigantes da tecnologia já possuem a infraestrutura para levar produtos financeiros ao público com facilidade.
- Essas empresas também controlam Big Data, o que lhes dá uma grande vantagem.
- Devido à sua natureza, é mais difícil para os governos regulamentar as Big Tech, enquanto os bancos as vêm regulando há anos.
Editorial: Marcelo Frette