“Banco invisível”: como as finanças digitais são transformadas por meio do uso de inteligência artificial

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Assim como a internet nos permitiu deixar o banco presencial para trás, agora a IA está conduzindo uma fase que supera o banco online. As chaves para entender como funciona.

O “banco invisível” supera o mobile banking porque antecipa as demandas dos usuários e oferece respostas automáticas.

Nesse caso, a principal ferramenta foi o uso da Internet. Além de outras tecnologias derivadas, possibilitou ampliar o acesso virtual às operações financeiras diárias e dizer adeus ao banco tradicional de agências físicas, papéis, filas e salas de espera.

Agora, está surgindo uma nova geração de serviços financeiros que ainda não se traduziu em mudanças palpáveis para o usuário final, mas que vem fervendo entre as empresas especializadas em software para o setor financeiro e seus usuários B2B.

Esse é o conceito de “banco invisível”, que está ganhando força mais rapidamente com a adoção de inteligência artificial, análise de dados e Internet das Coisas (IoT).

Esta fase da era dos serviços financeiros online tem características bem definidas: opera em segundo plano, antecipa as demandas dos usuários e elimina o atrito na interação de sistemas e soluções.

Uma grande diferença entre o banco digital e o tradicional é que você não precisa mais preencher formulários ou visitar agências para fazer um procedimento bancário, já que tudo pode ser feito pela tela do computador ou pelo celular.

Agora, o “banco invisível” vai um passo além: não requer telas, login em sites específicos ou download de aplicativos de instituições financeiras para poder operar.

O sistema bancário invisível antecipa as demandas dos clientes

“Estamos passando por uma mudança de paradigma. Antes, a resolução de um procedimento bancário envolvia formulários, linhas ou chamadas; hoje, tudo acontece de forma fluida, quase imperceptível, como um GPS que sugere o melhor caminho antes de você perceber o trânsito. Essa é a essência do banco invisível: um sistema inteligente que antecipa demandas e age sem atritos, eliminando burocracias sem perder o cuidado”, diz o argentino Julián Colombo, CEO da N5, empresa global especializada em software para o setor financeiro.

“O verdadeiro valor da automação não está apenas em sua eficiência, mas na inteligência com a qual ela é integrada à vida das pessoas. O banco invisível não é invisível porque está oculto, mas porque se adapta, como uma luz automática que acende quando você entra em uma sala. Está presente justamente quando é necessário, sem interromper o fluxo natural do dia. É uma tecnologia com um propósito: silenciosa, precisa e centrada no ser humano”, acrescentou Colombo.

A integração de tecnologias para automatizar as operações bancárias é o que permite o desenvolvimento das chamadas “finanças incorporadas”, que abre um leque infinito de possibilidades na oferta de serviços.

Um estudo da consultoria Juniper Research estimou que as receitas globais de finanças incorporadas aumentarão de US$ 92 bilhões no final de 2024 para US$ 228 bilhões em 2028.

Este é um mercado que está crescendo à medida que o consumidor digital exige mais imediatismo, simplicidade e personalização. Você deseja ter as soluções financeiras de que precisa disponíveis em um momento preciso, sem etapas ou interrupções adicionais.

Angelo Cirillo, Chief Operations Officer (COO) da empresa colombiana iuvity, explicou: “Em um futuro próximo, os usuários não baixarão o aplicativo de um banco para solicitar um empréstimo ao consumidor; Eles farão isso diretamente da loja online onde fizerem sua compra. Também não irão a uma agência para administrar um empréstimo imobiliário, mas iniciarão o processo na mesma plataforma em que encontrarão sua futura casa. O banco invisível se baseia justamente nisso: em integrar-se naturalmente aos contextos onde os usuários já interagem, resolvendo necessidades reais sem atrito.”

E acrescentou: “Vamos imaginar um caso específico. Um utilizador que explora ofertas imobiliárias a partir da sua rede social ou de um portal especializado, clica num imóvel, responde a algumas perguntas em linguagem natural para os clientes, e nessa mesma experiência recebe uma oferta de crédito à habitação ajustada ao seu perfil, com validação instantânea do seu histórico de crédito. Sem visitas a filiais, sem papéis, sem processos complexos. A tecnologia permite que tudo isso aconteça em segundo plano, enquanto o usuário se concentra no que realmente importa para ele: sua nova casa.”

As quatro chaves para entender como funciona o sistema bancário invisível

A DECTA, uma empresa global de processamento de pagamentos com especialistas em fintech com escritórios na Letônia, Chipre, Reino Unido e Irlanda, compilou uma lista dos quatro principais componentes do sistema bancário invisível:

1. Finanças integradas: Os serviços financeiros são integrados em plataformas não financeiras, permitindo que os usuários façam compras ou acessem ferramentas financeiras sem mudar de contexto ou interromper seu negócio principal.

2. Transações sem atrito: os pagamentos são feitos sem esforço em segundo plano, eliminando a necessidade de entradas manuais, como fazer login em aplicativos ou inserir detalhes do cartão.

3. Consciência contextual: o banco invisível aproveita o comportamento do usuário e os dados de atividade para fornecer serviços personalizados no momento exato da necessidade, sem exigir envolvimento proativo.

4. Acesso onipresente: Ao usar dispositivos como smartphones e dispositivos habilitados para IoT, o sistema bancário invisível garante que os serviços financeiros estejam disponíveis em todos os lugares, apoiando perfeitamente as rotinas dos usuários.

Embora às vezes a fronteira entre o banco virtual e o banco invisível possa parecer confusa para o usuário comum, existem elementos que marcam diferenças claras.

No banco online, as pessoas fazem login em sites e aplicativos para acessar e interagir, embora às vezes passivamente, para gerenciar seu dinheiro. O sistema bancário invisível não requer contato direto com os serviços bancários. É uma existência/transação interna que oferece às pessoas o que elas querem ou precisam naquele exato momento, sem a necessidade de usar um produto para chegar a essa conclusão.

Enquanto o banco online consiste na realização de transações pessoais transferidas para um mundo virtual, o banco invisível existe quase situacionalmente e é baseado em inteligência artificial e aprendizado de máquina que rastreia e lembra o comportamento do usuário em diferentes plataformas, fornecendo sugestões e eficiências em tempo real de acordo com o que as pessoas querem ou precisam.

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