O que 2025 reserva para as fintechs? Confira as previsões dos especialistas

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O ano de 2025 começa desafiador. Mas apesar da alta do dólar e dos juros, IA, Pix e Open Finance avançam

¿Qué les depara el 2025 a las fintech? Echa un vistazo a las predicciones de los expertos

O ano de 2025 começa desafiador para as fintechs. Para crescer, elas vão ter que continuar focando mais no equilíbrio financeiro do que no aporte de recursos vindo de investidores. Depois de um breve aceno de recuperação, tudo indica que agora terão novamente que lidar com a fuga de capital causada pelo dólar na casa dos R$ 6. A taxa Selic a 12,25% ao ano – com previsão que chegue a 15%, pelo menos -, vai dificultar a vida das que vivem de crédito, que ficará mais caro, mais arriscado e menos atraente para os tomadores.

O lado positivo é que com o avanço da transformação digital, as fintechs devem ter papel cada vez mais relevante no ecossistema, estreitando sua colaboração com bancos convencionais e os reguladores. “Tais parcerias aproveitarão o poder inovador das fintechs e a ampla rede e recursos dos grandes bancos, resultando em serviços financeiros aprimorados que atendam às necessidades crescentes dos consumidores”, diz Enio Almeida, diretor executivo da Wise Brasil.

Inteligência Artificial

Há expectativas positivas, também. A principal delas diz respeito aos avanços da Inteligência Artificial (IA) aplicada para aprimorar os produtos oferecidos.

Em 2025, deve sair o marco regulatório da IA, que busca garantir segurança jurídica e ética no uso da tecnologia e na defesa de direitos fundamentais. “Com a chegada do marco legal da Inteligência Artificial, as autoridades do mercado financeiro vão começar a apresentar para o mercado a regulação excedente e específica para o setor. Vamos ficar de olho nisso”, diz Diego Perez, presidente da ABFintechs.

Isso deve trazer mais segurança para o setor em que metade já utiliza IA de alguma forma nos processos de crédito, conforme apontou um estudo conduzido pela Cinnecta, empresa do grupo Matera. Os casos de uso se concentram amplamente em análises preditivas e detecção de fraudes, por enquanto. Mas é esperado que o grande destaque seja com a hiperpersonalização da experiência do cliente.

“A Inteligência Artificial não é apenas uma ferramenta, mas um verdadeiro transformador de paradigmas no setor financeiro”, diz Julian Colombo, CEO e fundador da N5, multinacional de softwares para a indústria financeira. “Em 2025, esperamos um mercado mais integrado, inclusivo e alinhado às crescentes expectativas de um consumidor cada vez mais exigente. Como parte central dessa transformação, posso afirmar que a IA já está impactando profundamente o setor financeiro. No entanto, o futuro desse mercado não será definido apenas pela capacidade de inovação, mas pela responsabilidade com que essas inovações são desenvolvidas e implementadas” .

Finanças abertas

O Open Finance ganhou destaque no ano passado principalmente pelo lançamento do piloto da Jornada Sem Redirecionamento (JSR), que deve ser mais explorado ao longo deste ano. Há duas propostas principais que vão ganhar força, explica Ana Continentino, membro do Open Finance Brasil e também Regulated Business Strategy Supervisor no Mercado Pago. “A primeira é dentro do e-commerce, usando o Pix, e a segunda é na aproximação, usando uma conta autorizada para fazer pagamentos por carteiras digitais.”

“O Open Finance é revolucionário, mas enfrenta desafios importantes. A confiança e a educação financeira ainda representam barreiras, especialmente, para populações menos bancarizadas. No entanto, os números são promissores: 43,85 milhões de consentimentos ativos em 2024 mostram um avanço consistente. A expectativa é de que o sistema atinja uma parcela ainda maior da população até 2025, porém isso dependerá de campanhas eficazes e de modelos de negócios que incorporam as oportunidades do compartilhamento de dados e de serviços para entregar benefícios práticos aos consumidores”, acredita Murilo Rabusky,  Diretor de Negócios  da Lina Open X.

Outro ponto aguardado é o avanço da portabilidade de crédito e de investimentos, o Open Capital Markets, que entra em vigor em julho.

Pix

O Pix deve continuar consolidando seu protagonismo entre os meios de pagamento, principalmente a partir de novos produtos derivados das regulamentações do BC previstas para 2025.

“A gente teve o lançamento do Pix, usamos bastante ele, agora desenvolvemos novos produtos e estamos vendo o lançamento com muita inovação. O Pix vem amadurecendo no sistema financeiro e essas próximas entregas vão agregar bastante valor e trazer mudanças importantes para a partir de 2025”, diz Patrícia Leal, diretora de inovações de Pagamento no Mercado Pago.

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