A revolução da inteligência artificial que começou com o ChatGPT agora pode acelerar o trabalho e reduzir os custos operacionais para as instituições financeiras.
A inteligência artificial generativa, com sua capacidade de absorver uma grande quantidade de dados, processá-los e usá-los para dar respostas de forma natural às pessoas, está chegando à maioria das indústrias. E a empresa financeira não é exceção: os bancos estão investindo em IA para otimizar seus negócios e a experiência diária dos clientes.
“Os custos de um banco que estão associados à atenção humana e aconselhamento financeiro para os clientes são elevados. Por isso, do ponto de vista técnico, muitas vezes é priorizada uma pequena parcela dos clientes, aqueles com maior poder aquisitivo, garantindo um retorno financeiro mais substancial. Com as novas soluções de IA, os custos são drasticamente reduzidos, permitindo que qualquer cidadão tenha acesso a serviços e produtos bancários a partir de agora”, disse Julián Colombo, CEO e fundador da empresa de tecnologia N5.
Inteligência artificial, já nos bancos argentinos
A N5 lançou esta semana o seu “Fin Skys” (Financial Self-Contained Artificial Intelligence), uma suite de IA especialmente concebida para empresas do setor financeiro e que é um exemplo dos benefícios que podem ser obtidos.
Como a empresa revelou ao El Cronista, já há pelo menos quatro bancos argentinos que estão testando ou contrataram a tecnologia. O desenvolvimento dessas soluções envolveu um investimento de 50 milhões de dólares e a contratação de uma equipe de engenheiros argentinos.
As três IAs apresentadas pelo N5 são AIfred, Pep e Singular. O primeiro é um assistente virtual que pode ser treinado com o conhecimento de uma empresa e estar pronto para trabalhar em apenas 24 horas. Por exemplo, ele pode responder a perguntas sobre os produtos e procedimentos da organização.
Por sua vez, Pep acrescenta uma faceta de mentoria, que avalia o desempenho dos colaboradores e os ensina a alcançar melhores resultados. Por fim, a Singular é uma executiva virtual para o cliente final. “Essa IA é especialista em vender produtos, cobrar dívidas, assessorar investimentos, planejamento tributário, entre outros, de forma proativa. E pode gerenciar milhares de clientes simultaneamente”, detalharam.
Benefícios da IA para o setor financeiro
Segundo a empresa, as novas ferramentas são capazes de impulsionar a redução de custos em 94%, gerando 9 vezes mais produtividade nas equipes, reduzindo os riscos em 25% e aumentando o NPS (satisfação do cliente) para 35 pontos. Dessa forma, os padrões de eficiência operacional nas instituições financeiras são redefinidos.
Estima-se que existam 1.400 milhões de pessoas no mundo que não possuem conta em banco, por isso têm dificuldade de acessar pagamentos e cobranças, poupar ou solicitar crédito. N5 ressalta que essa parcela da população será beneficiada, já que a Singular AI, por exemplo, reduz drasticamente os custos relacionados ao atendimento ao cliente, capacitando as organizações a ampliar sua carteira de clientes e melhorar a retenção com atendimento personalizado. “Quando o custo cai de dezenas de dólares para centavos, a inclusão financeira é gerada”, ressaltou Colombo.
Na mesma linha, o BBVA fechou um acordo com a OpenAI, empresa que criou o ChatGPT, no final de maio para que os funcionários usassem a ferramenta. “O objetivo é explorar a IA generativa para acelerar processos, melhorar a produtividade e promover a inovação graças a novos recursos para a criação de texto, imagens ou processamento de informações”, explicou o banco.
Além de tornar o trabalho interno mais eficiente, os bancos agora estão procurando adicionar IA generativa como outra maneira de ter uma comunicação fluida e eficaz com seus clientes. Por exemplo, o Banco Macro está desenvolvendo seu Banco Chat. É um banco digital que vai funcionar, principalmente, por meio do WhatsApp e é desenvolvido com Inteligência Artificial.