Serviços digitais

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A startup N5 Now alerta que essas grandes empresas podem assumir a liderança no setor financeiro.

A fintech N5 Now analisa os aspectos que podem dar a liderança à Big Tech em serviços financeiros.

Desde o início, empresas como Google, Facebook, Apple e Amazon concentraram sua atenção na melhoria de seus principais serviços de tecnologia. No entanto, há alguns anos, eles decidiram se aventurar no mundo das finanças com grupos como Goldman Sachs, J.P. Morgan Chase ou o Citigroup. Hoje, 11,4% de sua receita provém desse setor.

Embora todas ofereçam o serviço de pagamento por meio de carteiras virtuais, não há razão para acreditar que os gigantes tecnológicos não irão expandir seus portfólios de serviços oferecidos.

Nesse sentido, o Fintech N5 Now, reconhecido pela Microsoft como o “Startup Latino-Americano do Ano”, analisa os aspectos que podem dar a liderança à Big Tech nesta área e transformá-los em uma competição de bancos.

A principal vantagem que empresas como Google, Facebook, Apple ou Amazon possuem não é apenas seu grande conhecimento da indústria de tecnologia, mas também seu enorme capital que lhes permite se aventurar em vários campos e se financiar sem muita dificuldade. Mas, principalmente, gozam da confiança dos consumidores. “Em pesquisa realizada em 29 países, 54% afirmam confiar mais nessas empresas do que nos bancos. Em países como Índia ou Itália esse número ultrapassa 70% ”, explica Julián Colombo, CEO da N5 Now.

Outra das qualidades que podem lhes dar vantagem sobre seus concorrentes é seu alcance global em relação aos grandes players do setor financeiro. “Basta comparar os 2.700 milhões de usuários que o Facebook ou os mais de 2.000 milhões do Google têm com os 840 milhões de usuários do Banco Agrícola da China ou os 660 milhões do ICBC para entender que a vantagem competitiva é enorme”, detalha o economista com mais de 20 anos de experiência no setor Se quisessem avançar no mundo financeiro, acabariam competindo em pé de igualdade com outras multinacionais de seu setor, já que os bancos tradicionais não as suportavam.

Ao mesmo tempo, essas empresas também são conhecidas por lidar e controlar grandes quantidades de dados provenientes de seus usuários. Essas informações permitem gerar ações ou oferecer serviços sob medida para o cliente. “A partir de plataformas de e-commerce, por exemplo, é possível deduzir pela informação que se trata de padrões de consumo e pagamento, o que é muito útil para poder oferecer créditos”, exemplifica Colombo. Relativamente às empresas de redes sociais e serviços de pesquisa, o gestor acredita que com as informações que recolherem dos seus utilizadores poderão “prever preços e produtos mais adaptados às necessidades dos seus consumidores”.

Por fim, Colombo aponta outro ponto que coloca a Big Tech um passo à frente: a sua regulamentação. Isto deve-se ao facto de, por um lado, estas empresas estarem presentes em diferentes países, pelo que é difícil aplicar uma regulamentação por jurisdição “especialmente nas economias emergentes onde a geração de uma legislação adequada implica investimento de recursos”.

E, por outro lado, que realizam diferentes atividades que dificultam ainda mais a aplicação de uma legislação, pois deve considerar a multiplicidade de serviços que oferecem. “Com a diversificação de suas atividades, é possível que haja lacunas e assimetrias na regulamentação, o que não acontece com outros setores, como o financeiro”.

Até agora, a incursão no setor financeiro de multinacionais como Facebook, Amazon, Google ou Apple ocorreu de forma moderada, mas segundo o economista, seus passos devem ser seguidos de perto devido ao alto reconhecimento de marca de que desfrutam, devido ao seu grande poder de mercado e pela quantidade de dados e informações que gerenciam e controlam dos usuários a nível mundial. “Assim que decidirem aumentar sua participação nesse setor, poderão se tornar o maior concorrente que o banco teve até agora”, destaca o gerente.

SN

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